vol.1
n. 02 _ abril 2008 __ cidades imateriais  
vol.1
n. 05 _ modos de subjetivação na cidade
 
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n.4 _ corpografias urbanas  
 
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n. 3 _ cidade como campo ampliado da arte 
 
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n. 02 _ cidades imateriais  
 
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n. 01 _ paisagens do corpo   
   
 

Colóquio sobre corpo dá ênfase nas subjetividades

por Joubert Arrais
Colaboração: Mônica Pimenta Velloso

Como humanizar o corpo quando este, tido como ícone da modernidade, é objeto de culto, manipulação, privatização e publicidade, corriqueiramente destituído de sentidos? A partir da sugestão de um olhar: a ênfase nas subjetividades. É o que pretende a primeira edição do colóquio "Corpo – identidades, memórias e subjetividades", que será realizado nos dias 8 e 9 de maio de 2008, na Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB-RJ), no Rio de Janeiro. O acesso é gratuito e com entrada livre.

Coordenado pelas pesquisadoras Mônica Pimenta Velloso, Joëlle Rouchou e Cláudia de Oliveira, da FCRB, o colóquio tem como intenção reunir profissionais e pesquisadores que trabalham com a temática do corpo em diferentes áreas do conhecimento, tais como história, literatura, antropologia, arquitetura, história da arte e comunicação. "De alguma forma, começa-se a perceber o corpo como construção social, cultural, simbólica, e não como realidade em si, enfim, como algo já dado", afirmam.

Tanto que algumas pesquisas e trabalhos da FCRB abordam, direta ou indiretamente, atemática  "corpo", configurando-se como uma das principais motivações para a realização do encontro. Por exemplo, a pesquisadora Joelle Rouchou, em sua tese de doutorado, trabalhou com a memória dos judeus exilados do Egito (1956/57) e refugiados para o Rio de Janeiro. Nas entrevistas, eles contaram histórias de vida utilizando, muitas vezes, na reconstituição das memórias, os vários sentidos corporais.

Já a discussão sobre as representações do “nu feminino”, em  meados do século  XIX, através da tela A carioca, de Pedro Américo, é o tema da pesquisa desenvolvida por  Cláudia Oliveira. Soma-se a estas, a pesquisa de Mônica P. Velloso, que versa sobre as representações corporais – sobretudo, através das danças – e como estas contribuíram para forjar uma nova subjetividade e sensibilidade no modernismo brasileiro, ou seja, um chamado corpo brasileiro.

A ênfase nas subjetividades desse colóquio tem horizontes comuns aos da Plataforma de Ação CorpoCidade. Confirma a presença de pesquisadores como Margareth da Silva Pereira (Proub/Faurj) com o artigo "Cidades sem corpo: as persistências do olhar funcionalista"; bem como Paola Berenstein Jacques  (UFB/FAUFBA), que discute as "Corpografias urbanas: a memória da cidade". Além disso, este encontro pretende dar continuidade aos debates com foco na cultura urbana, por conta do setor de pesquisa histórica da FCRB e uma de suas linhas temáticas a "História do Rio de Janeiro".

Nesse sentido, o colóquio propõe desdobramentos: "como os cidadinos, através dos seus corpos, marcam e se deixam marcar pelas cidades em que vivem?". Fiquemos atentos.

MESAS, TEMAS E DEBATES

No primeiro dia de colóquio, quinta-feira, 08 de maio, a mesa 1 discute, das 10 às 12h30, o tema geral é "Corpo e reflexão histórica", com Denise Bernuzzi Sant´Anna  (Horizontes do corpo), Eliane Robert Moraes (A prostituta segundo o modernismo) e Nizia Villaça (Os imagineiros do contemporâneo, representações e simulações), e como debatedora, Bernardete Ramos Flores (UFSC).

Às 14h, iniciam-se os debates da tarde. A mesa 2, "Escritas de si e do tempo", será apresentada a partir dos artigos de Márcia Abreu (Lascívia e contrição: leituras ocasionadas por um elogio  fúnebre), Mônica Pimenta Velloso (Escritas de si e do  tempo: a dança como metáfora) e Vera Lins (“Quando  a visão se faz gesto!”), cuja debatedora é Ana Maria Mauad (UFF).
Em seguida, na mesma tarde, acontece a mesa 3, com o tema "É com o corpo que nos  lembramos", com Viviane Matesco (Corpo e subjetividade na arte contemporânea brasileira), Maria Antonieta Antonacci (Corpos  negros em zonas de contato interculturais) e Joëlle Rouchou (Memória do olfato: o cheiro de jasmim). Nesta, quem coordena os debates é Antonio Herculano  Lopes (FCRB).

Já na sexta-feira, 9 de  maio, segundo e último dia, a mesa 4 reúne, das 10 às 12h30, alguns pesquisadores cujos trabalhos estão relacionados ao tema "Corpo alegórico". São eles, Cláudia de Oliveira (“A carioca” de Pedro Américo: o corpo pulsante), Maria Luisa Távora  (As formas e cores: Fayga Ostrower – do corpo  operante) e Marize Malta (Corpos estranhos: Frankenstein e o  objeto eclético). E como debatedora, Isabel Lustosa (FCRB).

No mesmo dia, à tarde, a partir das 14h, a mesa 5 debate sobre "Corpos no  cinema", partindo da discussão proposta por Ivana Bentes (O que  pode um corpo? – cinema, biopoder e corpos que resistem), Ieda Tucherman  (O corpo transparente: o imaginário biotecnológico na  ficção cinematográfica) e Alcides Ramos (Corpo, identidades,  memórias e subjetividades em Lição de amor), sendo Ana Luiza Martins  (Fundação Biblioteca Nacional) a debatedora.

Depois, ainda na sexta-feira, à tarde, é a vez da mesa 6 sobre "Reinvenções urbanas e modernidade", com Margareth da Silva Pereira (Cidades sem corpo: as persistências do olhar funcionalista), Paulo Vaz (Sofrimentos do corpo na cultura  contemporânea: doença, trauma e crime) e Paola Berenstein Jacques  (Corpografias urbanas: a memória da cidade no corpo), sendo a debatedora Regina Helena Alves (UFMG).

PROGRAMAÇÃO

quinta-feira, 8 de maio

10 às 12h30

Mesa 1  : Corpo e reflexão  histórica
Denise Bernuzzi Sant´Anna  (PUC/SP)
Horizontes do corpo
Eliane Robert Moraes (PUC/SP,  Senac-SP)
A prostituta segundo o modernismo
Nizia Villaça (UFRJ) 
Os imagineiros do contemporâneo, representações e simulações 
Debatedora: Bernardete Ramos Flores (UFSC)

14 às 18h 

Mesa 2 : Escritas de si e  do tempo
Márcia Abreu (IEL –  Unicamp)
Lascívia e contrição: leituras ocasionadas por um elogio  fúnebre
Mônica Pimenta Velloso (FCRB/CNPq)
Escritas de si e do  tempo: a dança como metáfora
Vera Lins (UFRJ/ FCRB e CNPq)
“Quando  a visão se faz gesto!”
Debatedora: Ana Maria Mauad (UFF)

Mesa  3 : É com o corpo que nos  lembramos ...
Viviane Matesco (EAV Parque  Lage)
Corpo e subjetividade na arte contemporânea brasileira 
Maria Antonieta Antonacci (PUC/SP, Coord. Cecafro/PUC/SP)
Corpos  negros em zonas de contato interculturais
Joëlle Rouchou (FCRB) 
Memória do olfato: o cheiro de jasmim
Debatedor: Antonio Herculano  Lopes (FCRB)

sexta-feira, 9 de  maio

10 às 12h30
Mesa 4  : Corpo alegórico 
Cláudia de Oliveira (Ucam/ Faperj/ FCRB) 
“A carioca” de Pedro Américo: o corpo pulsante
Maria Luisa Távora  (EBA/UFRJ)
As formas e cores: Fayga Ostrower – do corpo  operante
Marize Malta (EBA/UFRJ)
Corpos estranhos: Frankenstein e o  objeto eclético
Debatedor: Isabel Lustosa (FCRB)

14h às 18h 

Mesa 5 : Corpos no  cinema

Ivana Bentes (ECO/UFRJ)
O que  pode um corpo? – cinema, biopoder e corpos que resistem
Ieda Tucherman  (ECO/UFRJ/ CNPq)
O corpo transparente: o imaginário biotecnológico na  ficção cinematográfica
Alcides Ramos (UFU)
Corpo, identidades,  memórias e subjetividades em Lição de amor
Debatedor: Ana Luiza Martins  (Fundação Biblioteca Nacional)

Mesa 6 : Reinvenções urbanas e modernidade 
Margareth da Silva Pereira (Proub/Faurj) 
Cidades sem corpo: as persistências do olhar funcionalista
Paulo  Vaz (ECO/UFRJ, CNPq/ Faperj)
Sofrimentos do corpo na cultura  contemporânea:
doença, trauma e crime
Paola Berenstein Jacques  (UFB/FAUFBA)
Corpografias urbanas: a memória da cidade
no corpo 
Debatedor: Regina Helena Alves (UFMG)

Coordenação: Mônica  Pimenta Velloso, Joëlle Rouchou e Cláudia de Oliveira

SERVIÇO

Colóquio Corpo – identidades, memórias, subjetividades
Dias 08 e 09 de maio
Local e promoção: Fundação Casa de Rui Barbosa – Rio de Janeiro
Entrada Franca. Sem inscrições.
Informações: (21) 3289  4640 ou historia@rb.gov.br
http://www.casaruibarbosa.gov.br/